O Discovery em projetos de software é mais do que uma etapa inicial: é o alicerce que sustenta decisões estratégicas, reduz riscos e garante que a solução desenvolvida atenda tanto às necessidades dos usuários quanto aos objetivos do negócio.

Em um mercado que investe cada vez mais em tecnologia, pular essa fase pode significar desperdício de tempo, recursos e oportunidades.

No Brasil, os investimentos em TI atingem patamares inéditos. De acordo com o 1º volume da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2025, realizada pela Deloitte, os bancos brasileiros deverão destinar R$ 47,8 bilhões a despesas e investimentos em tecnologia neste ano — um crescimento de 13% em relação a 2024.

Esse dado ilustra o quanto o setor corporativo está atento à importância de estruturar bem seus projetos digitais, o que torna a etapa de Discovery ainda mais relevante.

O que é a fase de Discovery em software?

O processo de discovery alinha expectativas e evita falhas de projeto, isso porque ele consiste em mergulhar no problema antes de desenvolver a solução.

É um momento de pesquisa, validação e alinhamento estratégico. Nessa etapa, a equipe busca responder a perguntas fundamentais:

  • Quem são os usuários e quais suas dores reais?
  • Como o projeto contribui para os objetivos da organização?
  • Quais restrições técnicas, financeiras e regulatórias precisam ser consideradas?
  • A solução pensada é viável no curto, médio e longo prazo?

Esse processo envolve entrevistas, workshops, análise de mercado, prototipagem rápida e testes iniciais. O objetivo é reduzir incertezas e alinhar expectativas entre todos os stakeholders.

Por que o Discovery é tão estratégico?

Muitas vezes, empresas investem pesado em desenvolvimento apenas para perceber, meses depois, que o produto não atende às demandas do mercado ou que a tecnologia escolhida não é a mais adequada. O Discovery atua justamente para evitar esse cenário, garantindo:

  • Clareza de objetivos: todos entendem aonde o projeto quer chegar.
  • Redução de custos: falhas são identificadas antes da codificação.
  • Agilidade: com requisitos claros, o desenvolvimento flui mais rápido.
  • Engajamento dos usuários: feedbacks antecipados ajudam a construir soluções mais assertivas.
  • O crescimento do investimento em tecnologia

O aumento do orçamento das instituições financeiras brasileiras reforça a necessidade de planejamento cuidadoso. Segundo a pesquisa da Febraban, os bancos aumentaram seus investimentos em tecnologia em 58,4% nos últimos cinco anos, com foco em iniciativas que sustentem uma base tecnológica robusta.

Entre as prioridades destacadas estão:

  • Inteligência Artificial, Analytics e Big Data: aumento estimado de 61% em investimentos.
  • Cloud Computing: alta de 59% na migração para nuvem.
  • Projetos regulatórios: destaque para o Pix (48%) e o Open Finance (65%).
  • Experiência de trabalho dos profissionais: aporte previsto de R$ 1,4 bilhão em infraestrutura.

Esse cenário não se resume apenas ao setor financeiro. Ele demonstra como diferentes segmentos da economia entendem a tecnologia como um vetor essencial para eficiência, inovação e competitividade.

A relação entre Discovery e inovação contínua

Quando falamos em Inteligência Artificial (IA) e Inteligência Artificial Generativa (GenAI), o Discovery ganha ainda mais importância.

Isso porque o uso dessas tecnologias precisa estar alinhado ao modelo de negócio e às expectativas do cliente final. Implementar IA sem um mapeamento prévio pode gerar soluções caras, pouco funcionais e até rejeitadas pelo público.

O Discovery permite testar hipóteses com baixo custo, validar modelos e escolher os recursos mais adequados para alcançar ganhos reais de eficiência. Em outras palavras, é a ponte entre o desejo de inovar e a entrega de resultados concretos.

Impactos no mercado de trabalho em TI

A pesquisa da Febraban também aponta que haverá um aumento de 15% nos postos de trabalho na área de TI em 2025. Esse dado mostra que a demanda por profissionais qualificados continuará em alta.

E aqui entra mais um benefício do Discovery: ele ajuda a direcionar melhor os talentos, evitando retrabalho e maximizando o uso das competências da equipe.

Projetos iniciados sem clareza acabam sobrecarregando desenvolvedores e analistas com ajustes constantes, enquanto o Discovery organiza o fluxo de trabalho e favorece um ambiente mais produtivo.

Em um cenário de investimentos bilionários em tecnologia e competição cada vez mais acirrada, o Discovery se consolida como etapa indispensável para o sucesso de projetos de software.

Ele garante alinhamento estratégico, reduz riscos e aumenta as chances de que a solução final seja útil, inovadora e viável.

Empresas que compreendem a importância dessa fase não apenas economizam recursos, mas também criam produtos digitais capazes de gerar experiências mais ricas para os clientes e retorno sustentável para o negócio.

Se a sua empresa deseja desenvolver um software de sucesso, não pode abrir mão da fase de Discovery. É nesse momento que riscos são reduzidos, expectativas são alinhadas e oportunidades estratégicas são mapeadas.

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